Parágrafo sobre "finalística, causalística e programática"

 Vilém Flusser, no capítulo "Nosso programa", apresenta as noções de finalística, causalística e programática. No seu conceito de visão finalística, o homem já tem um futuro pré-determinado, ou seja, o presente é vivido com a certeza de que o futuro é regido pelo destino, gerando, deste modo, discussões acerca da liberdade humana, já que o fato de o futuro já estar escrito contradiz o livre arbítrio das pessoas. A explicação finalística pode ser relacionada à primeira dinâmica proposta em aula, a da fila ordenada de forma crescente. Nesse sentido, o resultado estava condenado a ser o mesmo independente da ordem que se encontravam os alunos inicialmente. Ao contrário da visão finalística, a causalística assume o presente como o resultado das ações do passado.  As situações surgem necessariamente de situações antecessoras, baseando-se em uma relação causa e consequência. A dinâmica que melhor representa essa visão, foi a segunda. Nela, os alunos tiveram que escolher se eram diagonais ou verticais, sendo essa escolha a causa do resultado final. O fluxo do movimento foi definido a partir de uma situação que podemos decidir, mas depois de tomada a decisão, o fluxo foi "objetivamente" determinado. Já a visão programática, diferentemente das outras, trabalha a ideia do acaso. Na terceira dinâmica feita em aula, os alunos puderam seguir caminhos não aleatórios e tocar em qualquer pessoa. Nesse caso, o resultado poderia ter se expressado de inúmeras formas diferentes, quebrando a ideia de algo "pré-determinado", pois haviam diferentes possibilidades da atividade terminar. Nessa dinâmica, são notórias as ideias programáticas, visto que não há um destino que rege as situações, nem são elas consequências de outras situações, mas sim frutos do acaso, eventos imprevistos que poderiam ter tomado qualquer outro rumo.

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